Neste livro, Marinês Ribeiro dos Santos convida-nos a folhear revistas de decoração do final dos anos 1950 aos anos 1970, observando as transições das propostas modernistas / funcionalistas para o pop, percorrendo os diversos caminhos estabelecidos por opções de cores, formas, texturas, materiais, configurações, associados a práticas sociais, a comportamentos. Na análise do discurso e da materialidade das imagens, do mobiliário e dos ambientes, percebe-se como o design reflete as relações sociais e ajuda a constituir hábitos corporais, modos de viver e agir, formas de interação com o mundo marcadas pelas relações de gênero e de classe, pelos recortes geracionais, pela economia e pela política vigente. Foi esta opção teórico-metodológica que permitiu, por exemplo, observar os espaços de negociação, ainda que mínimos, entre “o esforço feminista em promover novas configurações para o sujeito feminino” e as versões adaptadas / amenizadas do feminino idealizadas nas revistas.