Este é um livro que tenta fazer algo mais do que apenas desconstruir o conhecimento científico ocidental, recontando nossa história ou compartilhando relatos de horror dos povos indígenas a respeito das pesquisas científicas. Tais práticas fornecem palavras, possíveis insights, que explicam certas experiências - mas não livram ninguém da morte.
Na primeira parte da obra, a autora analisa criticamente as bases históricas e filosóficas da pesquisa ocidental. Expandindo a obra de Foucault, Smith explora as interseções entre o imperialismo, o conhecimento e a pesquisa, e apresenta uma história do saber desde o Iluminismo até o pós-colonialismo.
A segunda parte do livro dedica-se a tratar de alguns dos problemas que atualmente são debatidos pelas comunidades indígenas, os quais se referem às nossas prioridades e problemas. Prioridades que ainda têm sido articuladas e elaboradas em um contexto de resistência a novas formas de colonização e que exigem a compreensão dos modos de formular perguntas e de buscar respostas para as nossas próprias preocupações. Em outras palavras, a pesquisa não é um exercício acadêmico inocente ou distante, mas uma atividade que tem algo em jogo, subsidiada por um conjunto de condições políticas e sociais.