O desenvolvimentismo, o neoliberalismo e o pensamento crítico de esquerda marcaram muito especialmente os debates sobre o crescimento econômico brasileiro no século XX. Enquanto os desenvolvimentistas defendiam que a superação de nosso atraso só poderia ser alcançada com a transformação da estrutura produtiva por meio de um vasto processo de industrialização, os neoliberais criticavam a ênfase no planejamento e no investimento estatais e enfatizavam as vantagens da alocação de recursos feita pelo mercado, propondo que o governo se concentrasse no controle da inflação. Já o pensamento crítico de esquerda apontava a revolução comunista e um novo sistema econômico como as únicas saídas para nossos impasses.
Essas três correntes de pensamento são esmiuçadas e debatidas neste livro, que explica em poucas páginas, sem perder a profundidade e o rigor, o que se refletiu no Brasil no âmbito dos estudos econômicos em mais de cem anos. Conhecer a evolução dessas ideias é relevante não apenas do ponto de vista histórico, mas também e sobretudo porque até hoje a discussão sobre assunto tão importante para nosso país se alimenta e reproduz antigos argumentos em novas roupagens. O objetivo é ajudar o leitor a atingir uma melhor compreensão de como a economia brasileira foi e ainda é afetada por esses debates.