POR UM ROSÁRIO DE PENITENCIÁRIAS

Código: 505
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Um discurso de Vergueiro de 1828: “escravos, animais, barcos, má¬quinas, instrumentos, e quaisquer utensílios aplicados à cultura de um prédio rústico, à preparação, manufatura de suas produções ou à exportação destas para o lugar do mercado, os frutos pendentes e os colhidos que forem destinados ao consumo, e todas as oficinas [...] farão com o mesmo prédio um todo com a natureza”. “Todo com a natureza”. Isso misturava artifício com naturalidade, vínculos associativos com ligações independentes de vontades. A fazenda não era extensão, espaço, mas “prédio rústico”, simulta¬neamente edificado e pré-social. Encadeava escravos, animais e ou¬tros elementos artificiais e naturais. Englobava frutos ainda ligados à planta e à terra e outros já à beira do mercado, ênfase tecnológica (“oficinas”) e o dado imperativo do “natural”, aludindo à condução enérgica dessa ligação nervosa. A fazenda virava o microcosmo da vida social e política, expressão do regramento extremo, mas des¬centralizado. O Brasil, imensa coleção de todos com a natureza, era projetado como um arquipélago de prisões.

ISBN:

9786598057565

Ano de Publicação:

2023

Edição:

1

Formato:

23,00 x 16,00 x 2,00cm

Nº Paginas:

381p

Peso:

565gr